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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Algumas horas de Conversa – Poemas em prosa poética para uma menina



 



 
Roberto S. Penides

 
Algumas horas de Conversa
Poemas em prosa para uma menina

 

 

 
Camaragibe/PE
2012

 

 

 

 

 

 

 

 

 
Esta obra é dedicada a todos que acreditam que o amor romântico ainda possa preencher e curar o vazio da nossa loucura contemporânea de ficar só por ficar, dedico a P.E.L, aquela que inspirou estes versos e acendeu a chama que havia sido apagada, a minha filha Lisa, a minha família e a meus companheiros e companheiras Agentes de Saúde e Endemias de Camaragibe/PE e a todas as almas livres.

 

 
Algumas horas de Conversa

 
"Algumas horas de Conversa" é uma composição em prosa poética de métrica e forma despretensiosa, carregada de sentimentos, emoções e sentimentalismo romântico, escrito em poucos dias – a partir de 31 de janeiro - após um longo período de grande vazio literário que foi preenchido por um encontro inusitado com uma certa dama P.E.L.
Nada rolou entre nós, nenhum beijo, nenhuma carícia, nada a não ser aquele click que acontece uma vez na vida quando encontramos alguém que possuí os mesmos gostos, posturas e sentimentos, em outras palavras afinidade.

Este fato aconteceu após algumas horas de conversa num dia quente de verão e algumas redes a balançar numa loja de artesanato a beira de uma estrada em Camaragibe/PE.
 
E se ao final destas linhas pairarem dúvidas sobre o porvir, tenho uma pequena reflexão: só o tempo e o destino é quem vão dizer.
 
Afinal tudo dará seu jeito de acontecer se tiver de ser, assim o será, pois a vida é cheia de surpresas e renovação constantes e é preciso ter coragem para encarar tudo de frente.
 
Convido você a conhecer e a viver estes versos e a ter comigo Algumas horas de Conversa, esta que possa também te inspirar alguns versos e horas mágicas de saudade e companhia desfrutados a sós ou a dois, pois vale viver um eternidade em um segundo do que um segundo em uma eternidade.
 
Convido ainda a você postar as suas impressões gostos e desgostos, assim como uma foto deste livro e/ou você em meu perfil no Facebook, falando de sua experiência, de seus amores e se pude contribuir ou não com meus versos, mas se mesmo assim nada ficou, posta lá que nada valeu, posta mesmo assim para somente trocarmos umas ideias, aguardo você em www.facebook.com/penides.
 
O autor
 
Sumário


Por entre a Janela                      08

Dúvidas e imaginações                  09

Do outro lado da vidraça                  11

Encontros e despedidas                  12

Entre surtos e lampejos                  14

Só pode ser tu musa minha              15

O que será de mim?                          18

Entre o chão e o conselho                 20

Em uma prece                                   21

Algo me apetece                               23

O telefone tocou                               24

Esta noite intranquila                       26

Se porventura?                                27

O dia de hoje                                  29

Uma certa tristeza                          30

Apenas uma desculpa                    31

São estes                                       32

Faltou-me coragem                       33

Dias difíceis                                   35

Lágrimas e sorrisos                      36

Fui arremessado                          39

Buscando-te em outras               42

Coração partido                           44

Inadvertido peito                          45

Liberta-me para o amor               46

Bendito seja quem ama               47

Os lábios de uma mulher             49

Ah se eu soubesse                       50



Por entre a janela


Do outro lado da janela
Eu a vejo menina bela,
Como a pinceladas de aquarela
Numa pequena tela.

O seu sorriso me enfestela
E num arroubo me desmantela
O coração a mil se esgoela
Ao vê-la passar na passarela.

Seu perfume me esfacela
E meu peito se acautela,
Por não desejar ser vitima dela
Com seus encantos e querelas.

E nesta jogatela
Que o amor me faz trela,
Não sei que mazela
Me traz o beijo dela...

05/02/2012 às 23:45

Dúvidas e imaginações

E se na sombra da noite
E no vazio da minha cama
Ela se espreita
E inflama
Entontecendo meu peito,
Enlouquecendo meus pés,
Estremecendo minha cabeça,
E se ela esgotar meus ais sofredores
E espalhar seus beijos
Entre o vazio espaço de minha solidão
E o lugar outrora ocupado
E esquecido de dor?
Entendo que é hora
E o momento oportuno
Escalado pelo destino,
Estagnando a inércia
Estampada em meus olhos
E nas linhas de meu rosto
Extraindo a vertigem
Enlameada de um amor descabido
Exaurido pela mentira
E por desgostos outrora vividos,
Encastelados por quem dizia me amar.
E hoje uma menina bela
Estira-se por entre a janela
Enlaçando seus olhos nos meus
Encantando-me com seus sorrisos,
Embaralhando o meu ser
Entre suas palavras e mão fria
Em um aperto de mão ligeiro
E quem saiba talvez o amor esquecido
Estagnado no tempo
E outrora perdido
Encontre sua morada.
E seu sorriso que não se cala
Embelezado por sua boca bela
Encaixe-se em meu coração sofrido
Esgotando o talvez
Ensurdecedor da solidão.
E quem sabe um reencontro
Estabelecido pelo destino
E senhor dos amores e das paixões
Esclareça o que sinto se é amor ou ilusão?
E que cures meu coração combalido,
Esgotado, acabado, exaurido!
E que agora se encanta
Enchendo-se de esperanças,
Encontre alento no teu peito moço
Encorajando-me a amar outra vez...

06/02/2012 às 00:28hs


Do outro lado da vidraça

Ao longe um pintassilva canta
Em alto pinheiro a beira da estrada
Escondida de meus olhos ela se encontra,
Olho para a porta espelhada
Vendo as redes balançarem
Embaladas pelo vento matutino
Busco seu sorriso em minha espera,
Sou interrompido por um conhecido
Que me quer a atenção,
Conversamos sobre minha vida
Por alguns instantes.
Mas meus pensamentos a buscam
E meu coração se descompassa
E do outro lado da vidraça
Tenho a esperança de encontrar os olhos dela,
De tocar a sua mão na minha
E com ela conversar e confessar
Que o meu pensamento lhe busca
Desde o dia que com ela falei
Naquelas horas longas da terça
Que sua mão me tocou na despedida
E que nossos olhos e bocas sorriam
Procurando sentir o cheiro doce de canela
Que nos embalou naquele dia...

06/02/2012 às 09:53hs


Encontros e despedidas

Naquela tarde me despedi
Olhando em seus olhos ligeiros
Esperando o carro que me conduziria
Ao lugar costumeiro do meu dia.

E assim a olhei e lhe falei
Do destino e do meu sentimento
De como havia mexido comigo
E perguntei se também havia

Acontecido com ela
Tamanha anomalia.
E sua resposta afirmativa
Assaltou o meu coração,
M
as o seu coração a outro pertence,
Vale mais nesta vida dizer que se gosta
Do que dizer que não se gosta
E receber a palavra de desdém.

Aí da vida coração
Se não fosse às idas e vindas infinitas
Em encontros e reencontros
Que a vida vivifica,
Curando feridas e abrindo outras ainda
Em sorrisos e palavras decididas.

Mas na vida uns choram
Enquanto outros sorriem
E as percas se tornam ganhos
E os ganhos em percas
Nas estradas da vida

Pelas mãos estiradas nos caminhos
Que passamos na busca
De acertar o rumo de nosso destino,
Aí da vida coração
Se não fosse às idas e vindas
Em encontros e despedidas
Pelas estradas da vida!

06/02/2012 às 19:56hs

Entre surtos e lampejos

Tenho surtos e lampejos
Sua mente a mim se descoberta,
Vejo palavras escondidas
Num pequeno livro preto
Com algumas linhas de indagações,
De desejos e ansiedades
Pequeno trecho de dúvidas
Grande incerteza e medo.

Nada cobro, nada desejo
Despejei minhas palavras
Acalmei-me de jeito,
O que posso eu desejar?

Tenho surtos e lampejos
E faz tempo que não vejo
Meu coração se entregar
E vibrar um soneto
Nos acordes cheios
Da lua dos namorados,
Radiante e iluminada
Como a face de minha amada.

Vibrando e comovendo a emoção
Que outrora buscava
E que ainda não havia visto
Fora de mim tal sinfonia,
Mas isto apenas
Entre surtos e lampejos
Do ontem, do hoje e do amanhã

Na fibra tocante do meu coração,
Pois eu me vi em seus olhos
E tal qual Narciso e o Lago
Apaixonei-me pela minha imagem

E se a mim perguntarem quem era ela,
Responderei apenas não sei,
Eu me via em seus olhos
Enquanto ela olhava nos meus
E apenas um acorde se escutava
Entre o silêncio de nossas palavras:
Tum Tum! Tum Tum! Tum Tum!

Apenas as batidas de nossos corações
Compassados e descompassados
Pelo destino intrigante
De necessitarmos um do outro
E se não posso ser dela agora
A buscarei pelo pensamento
E quem sabe um dia nos reencontremos
E numa verde rede nos balancemos
E ao fundo a sinfonia do pintassilva
Nos beijemos e nos abracemos...

06/02/2012 às 20:31hs

Só pode ser tu musa minha

És tu musa minha,
Perdida nos beijos de outras bocas
Nos braços de uma paixão louca?

És tu musa minha,
Que me chamas neste reencontro
Apelando com seu olhar insistente?

És tu musa minha,
Entregues de presente a mim
Pelos caminhos que a vida nos enveredou?

És tu, sim, musa minha,
Quem minha boca procura
E que meu corpo deseja
Não por loucura ou por desejo insensato,
Mas na pureza de alma
Das candeias que o Eon nos enlaçou.

És tu, sim, musa minha,
Quem inspira meus versos
Nesta quadra romanesca
De Tristão e Isolda,
Dum amor romântico
Que outrora pensava haver tido.

És tu, sim, musa minha,
Quem embala meus sonhos
E desperta no meu âmago
O que há de mais puro   

Entre aqueles que se amam
Nesta ou em outra vida.

És tu, sim, musa minha,
Quem preenche o vazio
De longas linhas atrás
Nesta prosa vestal
Que Apolo, Ifá ou Anúbis
Se encarregam de propagar em nós.

Só pode ser tu musa minha,
Quem talvez esperei
E por quem tantas vezes chorei
Nas solitárias noites e dias a fio
Nesta busca messiânica
Da outra metade do meu coração.

Só pode ser tu musa minha!

06/02/2012 às 20:50

O que será de mim?

Eu não a vi e a encontrei
Num dia quente de verão
E nem sequer atravessei
A estrada que nos separava,
Pois força estranha me empurrava
Para o outro lado da estrada.
Duas vezes desisti,
Mas os carros cessaram
E do outro lado cheguei
Observei a rede vermelha
E ninguém encontrei,
Olhei o preço na etiqueta
E com dois passos me afastei,
Mas uma voz me chamou
E uma força me encantou
Convidando-me a entrar.
E neste feitiço fui arremeçado
Naquele lugar que cheirava a canela
Que por uma fonte corria água
E onde uma luz amarela
Iluminava o rosto dela.
Mostrou-me outros produtos
E de um arrancou-me assombro:
Leve esta verde rede
Para com seus olhos combinarem.
E foi olhando em seus olhos
Que não fugiam dos meus
Que me lembrei que poucos
Conseguem olhar nos meus
Sem desviarem ou falsetearem.

Naquela tarde nada comprei,
Mas meu coração foi comprado
Pelas palavras num tom confessional
Que saiam de nossas bocas
Como que desesperadas e loucas
Por se conhecerem e se encontrarem.
E no ar a força arrebatadora
Daquele encanto e feitiço
Que me arremeçou num terreiro de redes
E no seu sorriso matreiro
Se fez presente todo o tempo
Mesmo após a partida,
Intrigando-me e mexendo
Com o terreno sagrado do meu coração
Neste encontro e despedida
Naquela tarde bendita.

06/02/2012 às 21:21hs

Entre o chão e o conselho

Por entre o chão e o conselho
Encontrei uns cachos finos
De uma madeixa castanha clara
Que compunham um rosto matreiro
De beleza quase campestre.

Por entre o chão e o conselho
As palavras compuseram o restante
E me dominaram em assombro
Ao enc
ontrar alguém como eu
Assim do meu jeito.

Por entre o chão e o conselho
Sobrancelhas pequenas e finas
Contrastam com seus olhos castanhos
E inquisitores dos meus
Brincando e sorrindo pra mim.

Nesta hora nem o chão e nem o conselho
Se fizeram entre meus pés e dedos,
Apenas uma imagem me tortura a cabeça
O sorriso largo que dá nó na testa,
Mas isto entre o chão e o conselho...

06/02/2012 às 21:34hs

 
Em uma prece

Olhando para o alto
Procurei o céu em prece
Naquele dia havia feito um pedido
Que Deus me desse um ombro amigo
Para que eu pudesse resistir às intempéries.

Cantei uma música costumeira
Enchi o peito de ar e enxuguei
A lágrima que de meu rosto corria
Naquele momento que em prece pedia
Para acabar com minha agonia

E que não permitisse que ninguém
Maltratasse mais meu coração,
Eu pedi um ombro e um sorriso
Que arrefecesse a dor que insistia
Das outroras femininas companhias.

Meu Senhor quero a companhia
Do meu destino e a sina da minha saga
Por mais que seja pesada,
Dá-me o amor de Tristão e Isolda
E que não me sobrevenha o descontentamento.

E se mesmo assim não for merecedor,
Diz-me qual caminho mais pacífico
Tome meu coração convalescente
Para que não se prenda
A sentimentos e dores antigas.

Sede-me complacente
Foi o que supliquei em minha prece,
Mas quem me aparece
É um sorriso feminino
Cheio de graça que me estremece.

E se porventura esta é a resposta tua
A minha prece solitária e triste,
Torne-me um sacerdote de tua causa,
Pois só assim essa espada fumegante
Não me atravessará o peito combalido

E quando ela, a morte, me beijar
A face fria e nua,
Encontrará um homem de fé
Que amou uma única mulher
Até o fim de seus dias.

06/02/2012 às 21:58hs

Algo me apetece

Será o calor que me falta
Ou o frio que me atormenta?
Será o desejo ou ausência
Que me apetece o coração?

Não sei o que sei,
Mas sei o que não sei
E nesta metamorfose ambulante
Que minha alma se encoraja

E abre a sua guarda
Para um sorriso feminino
Que de leve bate a porta
De um coração masculino...

07/02/2012 às 21:11hs

O telefone tocou

Neste dia de hoje esperei uma ligação,
Muitas vozes me pediram,
Me cobraram,
Me ouviram.

Mas pessoa alguma que eu quisesse atenção!

Não sei se por volta das quinze
Ou dezesseis horas o telefone tocou
Vi o número estranho
E bateu meu coração
Será que é quem eu quero?

Ouvi a voz nervosa de menina
Fingi não saber quem era
Do outro lado a pergunta:
Sabe quem é que te liga?
Disse eu: não!

Perguntou sobre meu dia
Como estava, como ía.

E de cá sorri
Ao perceber seu interesse
Por este trinta cabelos brancos.

E tanto lá como cá
Os corações batiam
Descompassados e desavisados
Que o destino já havia os atados.

Não é medo,
Ilusão ou zombaria,
Mas nossos caminhos
Haviam cruzados

E os guias costumeiros
De assombro tomaram nós dois
Nesta teia e tela branca
Para fazerem o amém
Nas artes do além,

Mas nem ela e nem eu
Nos demos conta
Que no final da ligação
Havíamos nos prendido mais e mais
No laço que o destino deu
E na rede que nos prendeu.

07/02/2012 às 21:28hs

Esta noite intranquila

Esta noite dormi intranquilo
Pensei nela até o raiar do dia
Toda hora, todo instante,
Quando acordava via a imagem dela
Estampada a sorrir em meu sonhar.

Esta noite dormi intranquilo
Sua face e seu sorriso
Em minha mente denunciavam
A sua presença em meu coração.

Esta noite dormi intranquilo
Com o seu perfume,
Com seus cabelos castanhos
Balançando ao vento sereno
Dos sonhos dos meus desejos.

Esta noite dormi intranquilo
E não resisti em acordar
Por várias vezes ao luar
Com sua imagem bela
Em minha noite a perturbar.

08/02/2012 às 18:26hs

Se porventura?

Se porventura ela me aceitar,
O que será do meu peito inconstante
Ao tocar os lábios seus
E seu corpo quente junto ao meu?

Se por ventura ela me aceitar,
O destino se encarregará de dar o seu jeito
Assim disse o profeta de Cristo em Minas:
O que for seu dará o jeito de chegar até você.

Se por ventura ela me aceitar,
As noites deixarão de ser frias
Os dias serão mais coloridos
Q
uando juntos cumprirmos nosso destino.

Se por ventura ela me aceitar,
Teremos filhos e filhas
Que imitarão nossos passos
Nas estradas da vida.

Se por ventura ela me aceitar,
Corro o risco medonho
De não tê-la um dia
E ligeiro ao raiar do dia
Perdê-la para outros braços.

Se por ventura ela me aceitar,
Como será o amanhã
Responda quem souber
Serão alegres ou tristes os dias meus?

Não me importa o amanhã
Apenas o hoje e sua companhia
Até o final de nossos ternos dias,
Pois assim poderei gritar
Aos quatro ventos
Amei e fui amado um dia!

08/02/2012 às 18:44


 O dia de hoje

No dia de hoje comi arroz e feijão,
Macarrão e um pedaço de porco,
O ar quente sob a tenda,
Mas no meu pensamento
Apenas o cheiro de canela.

No dia de hoje subi e desci ladeiras,
Recebi as ligações rotineiras
De reclamações e inconstâncias
De quem só quer o que quer
Na hora improvável do dia.

No dia de hoje falei com minha mãe
Ganhei um presente,
Comi uma pinha e bebi uma água de coco,
Mas na minha mente o perfume dela.

Estou enlouquecendo
Durante todo o meu dia
Apenas penso nela
E meu peito esperançoso
Manda mensagens
Na esperança de ver novamente
O sorriso da menina bela
E tudo isso só no dia de hoje...

08/02/2012 às 18:52hs

Uma certa tristeza

Uma certa tristeza me vem aos olhos,
Não sei ao certo se é tristeza ou medo,
Mas são as horas que antecedem a luta
Talvez medo do dia dez e do seu porvir.

Lágrimas insistem em querer rolar em meu rosto
E me toma conta à alma aflita
Será medo ou saudades do que nunca tive?

Pode ser as decisões que devo tomar
Ou a menina/mulher por quem meu coração bate
E que meus pensamentos tanto buscam.

Uma certa tristeza me aflige o coração
Será medo, ilusão ou a busca no amanhã?

Não sei ao certo quando e como
Comportar-se-á meu coração
Na presença da luta e da paixão
Que neste momento me bate a porta
E eu? E tu? O que somos?

Apenas prisioneiros das emoções
Que transitam nossos destinos
Entre idas e vindas que a vida nos dá
E para tal é preciso coragem e renovação,
Pois somos o timoneiro de nossa Nau
Que carece de nós apenas a decisão.

08/02/2012 às 21:44hs


Apenas uma desculpa
Neste dia de hoje
Minhas pernas tremeram,
Me aconteceu uma taquicardia
Ao ver de longe o seu sorriso a minha espera
E eu a caminhar por entre o pó pela estrada de terra.

Não me demorei
Arranjei um desculpa
Para passar um pouco de tempo
E ficar ao dela a trocar umas palavras
Para também um poema poder a ela entregar.

Despedi-me da maneira costumeira
Tocando sua mão de leve e olhando-a nos olhos,
Atravessei a avenida e subi no coletivo
Trocando com ela olhares brilhantes
E com sorrisos nos despedimos.

09/02/2012 às 21:54hs

São estes

Meu senhor que mistérios são estes
Que pões em meus caminhos?
Que cenas são essas que me aparecem?

Estava eu em minha tristeza
E agonia rotineira dos poucos meses,
Mas colocastes esta menina em meu caminho
Para tornar-me um eterno peregrino de ilusões?

Meu senhor que mistérios são estes
Que me agraçam as veredas do meu penar?
Entre sonhos e despedidas fico cativo
Deste feitiço que atormenta meu coração
E quase não sei em outra coisa pensar
A não ser com a presença dela
Por entre meus braços.

09/02/2012 às 22:04hs

Faltou-me coragem

Hoje corri bastante para vê-la,
Tomei dois ônibus, um carro,
Outro ônibus extremamente quente,
Uma van que me deixou em sua porta.

Mas lá estava o carro cinza quando no ponto desci,
Faltou-me a coragem e deu-me medo
De causar-lhe algum transtorno.

Dei meia volta e fui tomar um picolé
Na esperança do carro cinza ir embora,
Atravessei a avenida costumeira
E fui direto ao ponto para o ônibus esperar.

Tinha esperança de vê-la por entre a vidraça
Aguardei um pouco e uma carruagem negra
Me salvou, levando-me embora dali.

Deus sabe o que faz e nós o que não fazemos,
Retornei ao lugar de origem,
Pois fazia poucos minutos que havia partido.

Não olhei seus olhos
E nem vi seu sorriso no dia de hoje,
Algo me salvou deste possível transtorno
Que sua presença me causa, mas que tanto quero.

E mesmo assim nesta noite de grande lua amarela
Meu coração não deixou de bater acelerado por ela.

E nem tampouco a respiração deixou de ser forte
Só de pensar nela e no aperto de mão carinhoso
Do dia anterior quando sua mão tocou a minha
Na hora de minha partida sob o sol quente
Entre olhares e sorrisos constrangidos
E umas poucas palavras ressoavam insistente:
Você também mexeu comigo...

10/02/2012 às 21:07hs

Dias difíceis

Estes dias têm sido difíceis
Muitas cobranças no trabalho,
Muitas decisões e esperas
E apenas o amor de uma menina
Que me bate o coração
Alivia-me o caminho.

Este amor de menina
É quase um sonho e um desespero
Que me bate a porta do desejo,
Tão intenso quanto o sol quente
Destes dias de verão.

O que me atormenta,
E me desassossega
São estas surpresas repentinas
Que a vida nos joga e revela
Com a sua lembrança
Todas as horas do meu dia
E de minha noite nesta agonia,
Pois a decisão não é minha
Somente cabe a ela.
Apenas a ela,
Quer seja de noite ou de dia
Vir a ser a luz que me alumia...

10/02/2012 às 21:32hs

Lágrimas e sorrisos

Caminhando na noite por entre as sombras
E a solidão rotineira que me acompanha os dias,
Escutei uma multidão solitária
Dançando ao som de músicas que excitam
O sexo sem amor e palavras de baixo calão
Que fazem a pitada de excitação de toda a coisa.

Caminhei triste e solitário
Tendo apenas por companhia
Meus pensamentos, divagações
E as lágrimas costumeiras.

Estou a muito deslocado deste mundo
E poucas são as companhias
E conversas que me trazem ânimo.

Desde a infância que estou deslocado,
Poucas vezes encontrei em meu caminho
Pessoa que me agradasse e preenchesse
Numa troca sincera de energias puras
E revitalizantes que só almas afins
Sentem na presença uma da outra.

Neste momento em que escrevo
As lágrimas rolam de meu rosto
Numa saudade do que nunca tive:

Da boca que não beijei,
Do carinho que não recebi,
Do calor que não senti,
Do amor que não provei.
Só um vazio por entre as lágrimas de meu rosto,
Apenas o calor de minhas lágrimas
Fazem-me companhia neste instante ímpar
De minha existência.

Talvez seja a ferida aberta
Ou o pedaço que me falta
Por quem se vestia de pele de cordeiro
Para não mostrar sua face Animalesca,
Feroz e maldita de lobo sagaz,
No meio do rebanho de cordeiros.

Mas só lobos caem em armadilhas de lobos...

Caminhei tendo por companhia
Meus pensamentos e divagações costumeiras
E a hora não passou de poucos minutos,
Mas estes me obrigaram a retornar a casa minha
Para escrever estas linhas nesta tela branca.

A cada minuto e instante minhas páginas
No livro de minha vida são escritas,
Algumas coisas quase que se repetem
Já outras são verdadeiras novidades
Por entre as linhas solitárias do ser ou não ser.

As horas se repetem, mas não as situações
E eu acalentado por estas letras
Falo de um mundo quase utópico e inacessível.

E tenho saudades da pátria dos sonhos
E da menina de olhos castanhos
Que me tocou bem lá nas fibras de minh'alma.
Talvez esteja ela a pensar em mim neste momento,
Nesta trama e enredo que o destino nos envolveu
E qual presença me maltrata por seu compromisso,
Mas que tanto desejo e busco por pensamentos.

As lágrimas rolam de meus olhos novamente
E meus pensamentos só a buscam,
Apenas a buscam incessantemente.

Estou preso nesta rede e sou embalado
Pelas mãos dos senhores do karma
Que me arremessaram no cheiro doce de canela
E pela primeira vez nesta vida
Busco uma menina e não apenas por uma mulher,
Ela possui dezoito primaveras
E eu trinta cabelos brancos.

E se por ventura alguém me encontrar
Sorrindo sem motivo e chorando sem razão,
Saibam que é por esta menina
Que minhas lágrimas rolam
E meus sorrisos desatam
Nesta doce ilusão.

12/02/2012 às 20:24hs

Fui arremessado

Muitos homens procuram
A companhia de mulheres bem jovens,
Como hoje chamam "as novinhas",
Na intenção de se locupletarem
D
e sua inexperiência psicológica,
Que trocam o seu sexo por presentes e baladas
Regadas a muito álcool e porra louquices.

Nunca estive a vontade com mulheres mais novas,
Sempre procurei mulheres maduras
Compatíveis com minha conduta
E lastro psicológico.
Apesar de admirar a beleza de todas,
Nunca aguentei o vazio
Que fica por entre as orelhas destas 'novinhas",
Apesar de seus belos corpos,
Mas postura e educação é tudo.

Um belo dia me deparei com uma mulher
Educadíssima e de rara maturidade e beleza,
Externando sabedoria em gestos e palavras,

De corpo longilíneo, pela alva,
Olhos e cabelos castanhos claros
Levemente cacheado em suaves camadas
Por entre os ombros e o pescoço comprido.

De nariz reto e de grande sorriso estampado,
De mãos e dedos longos com unhas vermelhas,
Pés e dedos numa sandália rasteira,

Voz suave direta, centrada
Com gestos suaves e delicados
Compunham uma aquarela
De cores quentes de verão
Com seus uns e setenta de altura.

Entre um gesto e uma palavra
Seu olhar penetrava no meu
E eu me detinha para não me perder
Por entre seus encantamentos de sereia.

Mas quis o destino que nos encontrássemos
Naquela manhã quente de trinta e poucos graus.

Tudo já estava preparado, ela e eu não.

E nós dois fomos surpreendidos
Um com o outro numa casa de redes.

Hoje e somente hoje
Me dei conta do vazio
Que há entre meus braços,
A cabeça está cheia de suas palavras
E imagens de seus sorrisos e gestos,
Mas há o vazio entre meus braços
Desde que nos conhecemos
A poucos trezes dias.

E se isso me acontece não foi procura minha
Em seu sorriso e corpo de menina,
Mas no que há entre as orelhas desta mulher
Que não saí mais dos pensamentos meus.

E tal e qual pedra carregada
Pelas águas de um rio,
Fui arremessado em seu viver
E já não consigo mais parar de vê-la
E procura-la em meus pensamentos
Todas as horas do meu dia...

12/02/2012 às 21:24hs

Buscando-te em outras

Neste dia de domingo
Fui ao encontro de um bloco
E não o encontrei na hora marcada.

Tinha uma promessa
Da dona da pimenta
De calar-me em beijos
E esta não veio,
Foi ao encontro de momos.

Liguei para aquela
Das pernas nuas
E esta nada podia fazer.

Para outra disse um alô
E esta convidou-me
Para o maior bloco do mundo
E eu me esquivei.

Conversei com uma estranha
Que havia encontrado nos corredores
E esta histérica falou:
Que bom que você me ligou,
Mas nada posso fazer por você.

Saí de casa por longos trinta minutos
E não havia ausência tua
Em meus pensamentos,
Apenas tu preenchia o vazio

Que outras não puderam fazer.

Busquei tua boca em outras bocas,
Mas nem sei o sabor de teus beijos
E destas que tentei buscar frustadamente
Para tentar saciar e calar a minha mente
Das palavras tuas
E da tua presença constante.

Busquei-te em outras,
Mas estas nada podem
Ou puderam fazer
Para preencher o vazio
Que criastes sem querer em meu peito.

12/02/2012 às 23:29hs

Coração partido

Coração partido é como casa
Sem porta e sem janela
Todos podem entrar e sair dela
Ao entrar e ao saírem
Deixam e levam o que querem.

Coração partido é como vaso
Que ao estar em mãos inábeis
Escorrega, cai e quebra
E não se pode ser colado.

Coração partido é como estilhaçado
Que só o calor da paixão une os pedaços
Numa massa informe e moldável
No fogo ardente que o amor consome.

Coração partido é terra frágil
Que quem anda não sabe
Se fere ou se é ferido
Pelos cacos e pedaços espalhados.

Coração partido é sensível,
Frágil, estilhaçado e vazio
Está sempre disposto
A encarar o desafio de recompor-se
E ousado o bastante para atirar-se
Na entrega e loucura de um novo amor
Mesmo sabendo que um dia
Poderá ser de novo um coração partido...

13/02/2012 às 08:45hs

Inadvertido peito

Inadvertido peito vazio
Por entre meus braços e peito,
Sussurras solidão no silêncio incontido
Que fostes arremessado.

Inadvertido peito vazio
O lugar geométrico de um ponto
Circundado de lembranças e desejos
Que te encarceram.

Inadvertido peito vazio
O lugar geométrico de dois pontos
Numa reta constante e infinita
Como a busca do amor romântico.

Inadvertido peito vazio
Por entre meus braços e peito
Vagando e povoando meus pensamentos
Nesta busca medonha que me amedronta.

13/02/2012 às 09:10hs

Liberta-me para o amor

Liberta-me Senhor
Das artimanhas do coração
Não para que eu não ame,
Mas para que seja vítima da ilusão.

Liberta-me Senhor
Das armadilhas do coração
Não para que eu não conheça o amor,
Mas para que não seja preso pela paixão.

Liberta-me Senhor
Pra que livre
Possa eu conhecer
O amor verdadeiro.

13/02/2012 às 10:43hs

Bendito seja quem ama

 Bendito seja quem o amor conheceu
Nem que tenha sido por dias, horas ou minutos.

Bendito seja quem o amor viveu
E teve a oportunidade de ver-se e sentir-se no outro.

Bendito seja quem amou,
Mesmo que não tenha sido amado
E mais bendito ainda
Seja quem amou e foi amado.

Bendito seja por ter conhecido,
Bendito por ter vivido,
Bendito por amar e ser amado,
Pois os algures da vida não sentiu
E nem foi contaminado pelo desamor.

Bendita seja a escolha
E o escolhido por seu coração,
Mas aí daquele que na vida
Passou sem o coração ter batido forte
E as pernas terem estremecido
Diante da pessoa escolhida.

Quem o amor não conheceu
Chorará o amargor
E o dissabor de não ter amado
E nem ter sido amado
Por alguém na vida.

Quem o amor conheceu
Nem por um dia, hora ou minuto
Chorará a solitária solidão
Dos que esqueceram e foram esquecidos
Por não terem a lembrança de um amor vívido.

13/02/2012 às 10:57hs

Ah se eu soubesse

Se me tivessem contado antes
Eu não teria me atirado
Neste vício de querer-te.

Não teria buscado teu sorriso
Teu perfume e teus beijos.

Não teria aberto a guarda
De meu coração combalido.

Teria me mantido firme,
Teria me abstido de ti.

Ninguém me contou,
Ou melhor, ninguém ousou dizer-me nada.

Mas se tivessem me dito
Eu teria feito tudo igual,
Exatamente igual.

Talvez até não tivesse sofrido
Ou teria sofrido muito mais.

Talvez até eu não sentisse saudades
Ou a teria muito mais.

Tal eu suportasse tudo calado
Ou teria escrito muito mais linhas do que estas,
Para falar de meu amor incontido.

13/02/2012 às 21:01hs

Os lábios de uma mulher

Quem poderia conter-te?
Quem poderia domar-te?
Quem ousaria controlar-te?

Ninguém por mais formidável que seja
Até os dias de hoje conseguiu controlar
Ou até mesmo ajustar
O destino e os passos combalidos
Que o amor de um homem e uma mulher
Escolhem caminhar por terras indomáveis
E totalmente estrangeiras e alheias a si mesmo.

Quem? Eis a pergunta, quem?
Nem o mais alto anjo suportou
Curvar-se diante do ser amado do Senhor,
Este preferiu as trevas à luz,
Mas não admitiu que criatura imperfeita
Fosse capaz de tal e alto feito
Que o Criador a dotou
Tirando de si um pedaço por entre seu peito
Ao soprar-lhe a vida frágil
Por entre as narinas de argila.

Mas este notou o vazio
Da solidão de sua criatura,
Pois Ele, o Senhor, tinha seus anjos
E os animais cada qual sua companhia,
Mas ele solitário e triste não se encaixava
Nem em um reino nem no outro
Para arranjar-se e livrar-se da solidão.
O Criador apiedou-se de sua antiga desdita
Ao ver-se em sua criatura,
Pois Ele e sua criatura eram semelhantes
E desejavam companhia.

Durma, disse-lhe e de um pedaço de seu peito,
Do lugar que ficou vazio entre os braços
Arrancou-lhe uma costela e um naco do coração
Pondo em tamanha criatura
A beleza e sedução
Que foi logo iludida pelas incertezas
De sua criação e seu papel na vida do homem.

Bandeou-se de inteligência
Do fruto da árvore da vida,
Teve ciência das artimanhas do sexo
E logo fez do homem seu escravo e senhor
A
o dar-lhe um pedaço do fruto proibido
Entre seus lábios tenros.

Não foi em si o fruto comido
Que perdeu o homem a sua eternidade,
Mas foi dos lábios tenros
Que experimentou pela primeira
A sua fragilidade diante de sua formosura.

E até hoje se conta
Que é tão bom que se deseja
Ser quem ela é
E se afeminina o homem tentando ser mulher,
Mas sem conseguir imitar
A mais feia de todas as mulheres.

E se me tivessem contado,
Convencer-me-ia novamente
Deste veneno tão doce e feminino

Que saem de seus lábios tenros
Desde que o mundo é mundo
E o homem é homem
Malditos e divinos
São os lábios de uma mulher.
13/02/2012 às 21:27hs


 

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